top of page

Anglo-Saxônismo x Latinidade.


Peço de antemão desculpas por qualquer inconveniente que há de vir. Neste momento, nós da AFAO pisamos em território desconhecido e inexplorado. É – foi para não cometer o erro de dizer impossível - dificílimo conseguir fontes abrangentes e oficiais tratando deste tema; por isso, nós da AFAO entraremos em território inexplorado e concatenaremos nossos conhecimentos no melhor interesse de sua instrução.

Falaremos hoje sobre a disputa e relação histórica entre nossa civilização Latina e a Anglo-saxônica. Uma assunto que aparentemente todos – a não ser por Mario Ferreira dos Santos, em alguns aspectos – tendem a abster-se.


A RELAÇÃO ENTRE A CIVILIZAÇÃO LATINA E A ANGLO-SAXÔNICA NA HISTÓRIA

Como sabemos a civilização Latina teve início na Grécia Antiga. Após na decadência e queda, Roma assumiu seu legado. Assim como encontrado na ‘História da Vida Privada’ por Philippe Ariès e Georges Duby, os Romanos não se consideravam diferentes ou estrangeiros aos Grego, apenas herdeiros tardios da civilização helênica. Como mostramos em outros estudos sobre Roma, a cultura Grega foi a base fundamental na qual foi possível se construir Roma. A Filosofia, o Direito, a Democracia, o conceito de cidade, a arquitetura, e etc., estes e outros foram as sementes de fundação do arvorecer de Roma, que fôra até qualificada por historiadores modernos como a ‘Grécia tardia sobre uma máquina estatal esmagadora’. Os mais nobres filhos de Roma foram instruídos por professores gregos, e a segunda língua falada pelos intelectuais de seu tempo era o grego; não era considerado culto um homem que, por mais que se destacasse, não falava a língua dos filósofos. E assim, nesta relação paternal cresceu Roma, um dos maiores impérios que o mundo já viu. Seus feitos na literatura, arquitetura, política, jurisprudência e tecnologia provêem o mundo até hoje, e nos engrandece de orgulho, pela descendência desta grande civilização. Roma, como um de seus maiores atributos, possuía caráter fortemente expansionista; continuando a tradição Grega - mais especificamente Macedônica - alargou as fronteiras do mundo conhecido e desbravou grande parte da Europa Ocidental, seu norte e a costa norte da África. É neste momento em que estes povos pela primeira vez se cruzam.

O Venerável Beda nos conta em sua História Eclesiástica dos Povos Anglos, que, devido às dificuldades enfrentadas por Roma, as legiões romanas em 410 d.C. se retiram da Britannia. Seus habitantes celtas ficaram à mercê de inimigos escotos e pictos.

Uma vez que os celtas não dispunham de forças militares para defender-se, em 449 d.C., recorrem às tribos germânicas como jutos, anglos, saxões e frísios para obter ajuda. Estes, entretanto, de forma oportunista, acabam tornando-se invasores, estabelecendo-se nas áreas mais férteis do sudeste da Grã-Bretanha, construindo ainda mais vilas e aumentando a população local. Os celtas-bretões sobreviventes refugiam-se no oeste (Gales) e no sul (Cornualha).

Com esta invasão e reunião de povos estava iniciada de forma rudimentar a futura Inglaterra (antes Britannia), o berço da civilização Anglo-saxônica. Civilização esta que por sua vez tinha de Latina mais do que podia imaginar. Pelo fato de o inglês ser uma língua carente de escrita, pois desenvolvida por povos bárbaros e extremamente rudimentar, sua inscrição era feita com o Latim; este fato, somado com a cultura extremamente romanizada dos Celtas que previamente ali viviam e a convivência e influência de seus vizinhos Latinos, a Inglaterra assumiu e arraigou em si, valores e tradições extremamente Latinos como: o colegium (Colegiado) que deu base para o desenvolvimento de suas várias e conhecidas fraternidades; o espírito desbravador (muitas expedições de exploração foram realizadas na África por aristocrátas ingleses, e seus famosos clubes de exploração); a Monarquia Parlamentar, uma monarquia que agrega o valor dos regimes monárquicos e da Latina República e a Literatura, todos os grandes e clássicos escritores ingleses sempre possuíam um imaginário inegavelmente Latino. Fazendo referência e louvor a suas lendas, tradições, ensinamentos e mistérios. Como por exemplo: John Milton, William Blake, Lord Byron, Mary Shelley, William Wordsworth e William Shakespeare.


O CONFLITO MODERNO

A expansão marítima se seguiu, as nações começaram a travar suas guerras pelo Novo Mundo. Em 1492 (oficialmente) estabeleceu-se as Américas com suas colônias, dentre elas a do sul filhas das nações Latinas, e as do norte que formam a América Anglo-Saxônica.

Do progressismo tecnológico e econômico, do forte sentido moral e patriótico dos EUA não discorreremos aqui, porém, gostaríamos de assinalar os princípios nos quais os EUA são fundamentados: Cristianismo, Patriotismo e Nacionalismo. Curiosamente Latinos estes, não acham?

A questão é que, estes povos que como um todo cultural e histórico formam uma civilização, nasceram de culturas mórbidas, rudimentares e tribais. Enquanto a Grécia produzia a mais fina filosofia e Roma era uma sociedade de arrojos grandiloquentes e assustadoramente avançados para seu tempo, estes povos tratavam76 sua justiça de forma arbitrária, dando como prorrogativa legal de julgamento justo o combate; produzindo indumentária e itens cotidianos com restos mortais, inclusive humanos e outros costumes no mínimo rudimentares. A pergunta é, como estes povos nos dias de hoje possuem a vanguarda mundial, enquanto nós, descendentes de tão grande cultura chafurdamos na lama de um país sub-desenvolvido, de educação e infra-estrutura miserável? (Mais estranho ainda, localizado sobre as maiores riquezas naturais do mundo). Pois o EUA, assim como seu fundador a Inglaterra, concatenaram sua cultura local à superioridade da cultura Latina, explorando suas potencialidades, enquanto passávamos por crises e golpes, frutos de uma aristocracia corrompida, que por lucros derrubou seu imperador.


OS DOIS MONSTROS

A trancos e barrancos o Brasil seguia, tentando reestruturar-se como grande nação, com algumas propostas e tentativas, como amado Getúlio Vargas. Mas quando, quando nos perdemos do caminho?

Amedrontados pelo terror de duas guerras mundiais o mundo pedia paz. Porém, isto não quer dizer que a disputa pelo poder acabaria. A Guerra Fria então veio, como uma guerra silenciosa nos bastidores do mundo; mais importante que as ameaças nuclear, mais importante que os conflitos não registrados foi a Guerra Cultural. A guerra subversiva que acontecia em solo internacional, era de longe a mais devastadora. Neste momento a CIA e a KGB, travaram sua guerra secreta, neo-liberalismo estadunidense e Comunismo Soviético disputavam o consciente coletivo internacional, enquanto intelectuais e marqueteiros dos dois lados inundavam a mente do mundo com suas teorias e culturas através dos novos meios de comunicação em massa, com um único e egoísta objetivo: a soberania internacional, a qualquer custo.

Qual o motivo para tais afirmações? O motivo é muito simples, é o que Mario Ferreira dos Santos tão habilmente denúncia ‘A Invasão Vertical dos Bárbaros’: Por motivos torpes e gananciosos destruíram nossa cultura, relativizaram nossa moral e destruíram nossa tradição, dificultando mais ainda a já difícil retomada de nossas origens culturais Latinas, uma cultura luminosa de força, intelectualidade e beleza; sempre em rumo da perfeição. E depois de dar a estes povos nossa civilização, recebemos deles de volta uma barbarização.

E como estes dois motivos, paridos da obscuridade da Guerra Fria valorizaram nossa cultura?

Invadindo nossa cultura. Usando-a contra nós mesmos. A ideologia vigente nas faculdades de todo país, a Hollywood que criou todos os símbolos que permeiam nosso imaginário, o seriado, o desenho animado, a moda, o próprio formato dos programas de TV brasileiros, a segunda língua ensinada nas escolas. Quem controla a informação que você recebe? Mais importante, o que essa informação te transmite? Civilização ou Barbarismo?


UMA REFLEXÃO

Sempre propõe-se a reflexão e as conjecturas sobre um futuro possível, de por exemplo: Como seria o mundo se a Alemanha tivesse vencido a Segunda Guerra Mundial? Venho propor algo muito menos trágico: E se napoleão tivesse vencido e se tornado Senhor da Europa? Na certa, há aqueles que farão o discurso de que nunca deve vencer um ditador, porém, quais seriam as consequências de sua vitória? Qual seria o resultado da construção de um mundo que assim como a França, é Latino?


BIBLIOGRAFIA:


Invasão Vertical dos Bárbaros – Mario Ferreira dos Santos

A História da Vida Privada – Philippe Ariès e Georges Duby


bottom of page